De janeiro a setembro, 39 linhas de ônibus foram canceladas em São Paulo, mas prefeitura diz que não são mudanças pela licitação

23/10/2019

De janeiro a setembro, 39 linhas de ônibus foram canceladas em São Paulo, mas prefeitura diz que não são mudanças pela licitação

Segundo SPTrans, alterações de acordo com os editais só começam em setembro de 2020 e relação da rede nos contratos é só uma referência


Fonte: Diário do Transporte 
 

Representantes da SPTrans ouvem reclamações e sugestões em reunião do CMTT. Foto: Adamo Bazani.



Adamo Bazani 

Colaborou Jessica Marques


De janeiro a setembro deste ano, 39 linhas de ônibus na cidade de São Paulo foram extintas, uma foi cortada, sete linhas foram criadas e houve 392 alterações em linhas municipais.

Nenhuma destas mudanças, no entanto, têm relação com os novos contratos assinados com as empresas de ônibus em 06 de setembro de 2019, na licitação do sistema, que se arrastava desde 2013.

A informação é da SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema, durante reunião do CMTT – Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, que o ocorre na manhã desta quarta-feira, 23 de outubro de 2019, na sede da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, na região central, com cobertura do Diário do Transporte.

Segundo o representante da área jurídica da Secretaria, Gilmar Pereira Miranda, que presidiu a licitação dos ônibus, a rede proposta nos editais e que consta nos contratos é uma referência para basear a estrutura de como serão oferecidos os serviços.

Segundo Miranda, as mudanças de linhas pela licitação só ocorrem a partir de um ano depois da assinatura dos contratos, ou seja, a partir de 06 de setembro de 2020.

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Segundo o funcionário da área jurídica, a partir de 12 meses da assinatura dos contratos, as mudanças vão ser feitas em 36 meses, mas este prazo pode ser estendido em algumas situações, como as que exijam obras de infraestrutura, como corredores e terminais de integração.

Diário do Transporte acompanhou que muitos participantes da reunião do conselho traziam reclamações sobre os serviços e as mudanças já feitas pela operação e as próximas que deve ocorrer pela licitação.

“A demanda da população não está sendo ouvida. Não adianta fazer audiências só apresentando e informando algo que já está decidido. Temos de participar dessas mudanças”, disse uma moradora da zona Oeste durante a abertura da participação popular e de representantes da sociedade civil.

Segundo Gilmar, o acordo firmado com o TCM – Tribunal de Contas do Município prevê que todas as mudanças de linhas devem ser apresentadas e dialogadas regionalmente com a população.

O representante da SMT ainda disse que o plano da prefeitura é mudar as linhas em três etapas. A primeira se refere a alterações sobre linhas já existentes. A segunda vai abranger alterações mais amplas que possam mexer com um grupo de linhas. A terceira e última etapa se refere a alterações que dependam de infraestrutura e que de maior abrangência territorial.

Pela proposta dos contratos da licitação, a rede deve sofrer os seguintes impactos nestes 36 meses:

– 190 linhas devem ser unificadas ou extintas;

– 753 linhas vão ser mantidas;

– 253 linhas serão seccionadas (cortadas em um determinado ponto) ou terão o trajeto alterado;

– 51 itinerários serão criados;

– As atuais 150 linhas da madrugada não vão ser alteradas.

Assim, pela proposta da nova rede, a cidade terá 1.207 linhas.

Os números são de referência e podem ter algumas alterações nos 36 meses.

Atualmente, pelas OSOs – Ordens de Serviços Operacionais de setembro, a cidade tem um total de 1320 linhas e uma frota de 12.796 ônibus em operação.

As alterações das linhas pelos novos contratos serão propostas pelas empresas de ônibus, segundo a apresentação, que serão avaliadas pela SPTrans, que pode acatar ou não.

Segundo a apresentação, a SPTrans vai fazer as exigências e as empresas vão apresentar as propostas para seguirem as determinações.

Como mostrou o Diário do Transporte, a rede de linhas será dividida em três subsistemas:

– Subsistema estrutural: com ônibus maiores em linhas centrais entre terminais, passando pela região central.

– Subsistema de articulação regional: ônibus padrons e básicos com linhas entre os bairros mais afastados e os mais movimentados (centralidades regionais) dentro da mesma região ou entre regiões diferentes, sem passar pelo centro da cidade.

– Subsistema Local de Distribuição: Com micro-ônibus, micrões e básicos, de bairros mais distantes até terminais e corredores de ônibus ou estações do Metrô e da CPTM.