Fechamento de ruas no centro de SP

22/09/2017

Fechamento de ruas no centro de São Paulo para carros poderá ser definitivo, diz Doria que não gostou de ônibus da Sambaíba
Prefeito reclamou de falta de ar-condicionado e de barulho, mas errou sobre motor de ônibus. Eleitor pede: Pelo amor de Cristo, não saia para presidente
 

Fonte: Diário do Transporte

 

 

No Dia Mundial sem Carro, o prefeito de São Paulo, João Doria, juntamente com secretário de Mobilidade Urbana e Transportes, Sérgio Avelleda, foi trabalhar de ônibus.
 

Durante a gravação do vídeo do deslocamento, que durou 43 minutos e 14 segundos, João Doria disse que após estudos sobre a experiência de hoje, de fechamento para carros de passeio e de aplicativos de ruas na região central da cidade,  os locais poderão ter restrição ao transporte individual de forma definitiva.
 

É uma experiência que poderá ser repetida. Já conversei com o Sérgio Avelleda e sua equipe da CET, da secretaria de transportes, para medir muito cuidadosamente os resultados de hoje. Se a experiência for bem sucedida hoje, ela poderá ser repetida e, se repetida, poderá ser avaliada e, sendo bem avaliada, poderá ser adotada em definitivo” – disse Doria na gravação.
 

O prefeito repetiu a possibilidade do fechamento fora de datas comemorativas.
 

“[A medida de fechamento das ruas] Poderá ser implantada novamente fora desta data comemorativa (Dia Mundial sem Carro), de lembrança de que é preciso reduzir os automóveis nas ruas e a emissão de poluentes, valorizando outros modais. Se for aprovada hoje poderá ser sim repetida” – enfatizou.
 

A restrição para carros comuns, de aplicativos, caminhões de entrega e motos ocorrem hoje em toda extensão da Rua Boa Vista, Ladeira Porto Geral, Largo de São Bento, Rua Líbero Badaró, Viaduto do Chá e em trecho da Rua Florêncio de Abreu (entre a Ladeira da Constituição e a Rua Boa Vista), sendo permitido somente o trânsito de ônibus, táxis e bicicletas.
 

João Dória saiu de sua casa às 5h55,no Jardim Europa, zona Sul, e se encontrou com secretário Sérgio Avelleda. Ambos pegaram o ônibus rumo à região central de São Paulo da linha 107T/10, que tinha como destino o Metrô Tucuruvi, operada pela Viação Sambaíba.
 

A espera no ponto demorou 8 minutos e 13 segundos.
 

Doria não gostou do ônibus. O veículo, um Caio Millennium de geração 2 (hoje esta carroceria está na quarta geração) é de piso baixo central,  ou seja, somente o meio do ônibus é rebaixado, com degraus internos, e de motor traseiro.
 

“Vou fazer uma queixa como usuário. Não tem ar condicionado neste ônibus” – disse Doria.
 

O prefeito de São Paulo prometeu que até o final de sua gestão, em 2020, toda a frota de ônibus da capital paulista vai ter ar-condicionado e wi-fi.
 

A meta será difícil, já que hoje pouco mais de 16% dos ônibus em São Paulo têm ar-condicionado, de acordo com balanço da SPTrans,  Entre concessionárias + permissionários dos 14.404 ônibus, 16,5% têm ar-condicionado.
 

O barulho do ônibus também foi motivo de queixa do prefeito. Entretanto, uma declaração mostra que Doria precisa conhecer um pouco mais de veículos de transporte coletivo.
 

“Outro aspecto que mostra também a idade desse ônibus é exatamente onde nós estamos, o motor traseiro é mais antigo que o motor central que é mais silencioso e facilita também o próprio acesso aos assentos. O motor central tem menos ruído. Vocês estão vendo neste ônibus. Faz muito barulho esse ônibus, justamente pela condição do motor traseiro”
 

Ocorre que não existe há cerca de 20 anos produção de ônibus urbanos com motor central para o mercado nacional, com exceção dos biarticulados, que hoje representam uma parcela insignificante da renovação da frota já que as empresas estão optando pelos modelos superarticulados.
 

Todos os ônibus novos padron, produzidos pela indústria nacional são justamente de motor traseiro, inclusive os superarticulados. Até mesmo a Volvo, a única que fazia ônibus com motor central, como o modelo B 58, faz ônibus padrons com motor traseiro.
 

Os micros, midis e modelos convencionais têm motores dianteiros.
 

Sabendo da gafe do chefe, o secretário Avelleda reverteu a situação dizendo que uma das intenções da prefeitura é implantar o ônibus elétricos na cidade que são bem mais silenciosos.
 

Na saída do ônibus, um homem que se identificou como cabo eleitoral de Doria durante a campanha reclamou dos buracos da cidade e disse para o prefeito ir até o final de sua gestão, fazendo uma referência às especulações sobre Doria deixar a prefeitura para se candidatar em 2018 para a presidência da República.
 

“Pelo amor de Cristo, não saia para presidente. Não, juro por Deus, eu conheço política. Eu tenho idade para ser seu pai (…barulho de ônibus…) deixa assentar essa poeira, a hora que tiver bom, você sai”.
 

O homem chamou os petistas de “petralhas” em sua fala com o prefeito.
 

O prefeito desconversou sobre o tema.

 

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