Mesmo com suspensão de contrato, SPTrans garante que novos trólebus já vão funcionar em rede aérea modernizada

14/11/2018

Mesmo com suspensão de contrato, SPTrans garante que novos trólebus já vão funcionar em rede aérea modernizada

Editais de licitação do sistema de transportes, que devem ser relançados, preveem mais 50 veículos deste tipo.

Fonte: Diário do Transporte 

 

 

A rede de trólebus da cidade de São Paulo passará por uma modernização, mesmo com a suspensão do contrato com a Via Aérea, consórcio responsável pelos serviços.

A garantia é da SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema de ônibus da cidade, em resposta na manhã desta quarta-feira, 14 de novembro de 2018, aos questionamentos do Diário do Transporte.

Na edição de terça-feira do Diário Oficial do Município, a gestão Bruno Covas anunciou a suspensão do contrato de modernização com a Via Aérea

 

 

A SPTrans garantiu que a suspensão não vai impedir que a rede, com 168 km, esteja modernizada quando forem incluídos os novos trólebus no sistema de transportes da cidade, porque não será necessária a realização de uma nova licitação.

“Quanto à ampliação da frota de trólebus, vale esclarecer que os novos veículos previstos já irão operar com a rede modernizada, pois os serviços de modernização serão retomados em breve, sem que, para isto, seja realizada uma nova licitação, mas apenas uma retomada do contrato por ora suspenso.”

Já a licitação do sistema de ônibus da cidade, que foi liberada pelo TCM – Tribunal de Contas do Município em 24 de outubro, com necessidades de alterações, deve prever a inclusão de mais 50 trólebus zero quilômetro, ampliando a frota das atuais 200 unidades para 250.

Os trólebus atuais são operados pela Ambiental Transportes, na Área 4 do subsistema estrutural, ligando parte da zona Leste ao centro da cidade.

A inclusão dos trólebus novos deve auxiliar a redução de poluentes pelo sistema de ônibus da cidade, prevista em lei sancionada em janeiro (16.802). Considerada a “nova lei de mudanças climáticas”, já que substitui uma lei de 2009 que não foi cumprida, o dispositivo estipula percentuais de diminuição de poluentes em dez e 20 anos.

Em 10 anos, as reduções de CO2 (gás carbônico) devem ser de 50% e de 100%, em 20 anos. Já as reduções de MP (materiais particulados) devem ser de 90%, em 10 anos, e de 95%, em 20 anos. As emissões de Óxidos de Nitrogênio (NOx) devem ser de 80%, em 10 anos, e de 95%, em 20 anos.

Apesar do aumento de 50 trólebus, não há previsão de ampliação da rede, hoje de 168 km.

A cidade hoje tem 14,3 mil ônibus. Assim, como a prefeitura não vai expandir a rede de trólebus, para cumprir as metas que estarão nos editais que serão relançados, as empresas vão ter de optar por outros modelos de ônibus menos poluentes, como elétricos com bateria, híbridos, Dual Bus (duas tecnologias com a mesma tração elétrica), GNV/biometano e biocombustíveis, entre outros.

Na nota enviada ao Diário do Transporte, a SPTrans garantiu também que a manutenção da rede não sofre interferências com a suspensão por ser tratar de outro contrato.

Confira na íntegra:

A SPTrans informa que a manutenção da rede de alimentação elétrica do sistema de trólebus está garantida, uma vez que o contrato de manutenção nº 2016/0314-01-00, com prazo de 60 meses, passou a vigorar no dia 01/11/2018.

O contrato nº 2011/0459-02-00, suspenso temporariamente, se refere à modernização do sistema.

A rede aérea de alimentação dos trólebus conta, atualmente, com 168 km de extensão.

Quanto à ampliação da frota de trólebus, vale esclarecer que os novos veículos previstos já irão operar com a rede modernizada, pois os serviços de modernização serão retomados em breve, sem que, para isto, seja realizada uma nova licitação, mas apenas uma retomada do contrato por ora suspenso.

LICITAÇÃO DOS TRANSPORTES DA CIDADE DE SÃO PAULO:

A prefeitura prevê reduzir os custos operacionais do sistema com a criação de uma nova rede de linhas, cortando sobreposições (quando uma linha percorre grande parte do mesmo trajeto da outra); reduzindo a frota ao colocar ônibus maiores no lugar de menores, mas sem diminuir a oferta de lugares; e dividindo o sistema de ônibus em três subsistemas:

– Subsistema Estrutural: Operado por ônibus maiores, que unem centralidades das regiões a outras centralidades passando pela região central; que trafegam por grandes avenidas e ruas de grande movimento e por corredores e que fazem a ligações entre os terminais. Entre os tipos de ônibus estão os padrons (motor traseiro e piso baixo), articulados, superarticulados e biarticulados.

– Subsistema Local de Articulação Regional: É inédito na cidade e seria uma espécie de sistema intermediário. A operação se daria por ônibus médios e convencionais entre os bairros mais distantes e as centralidades regionais (por exemplo, Vila Constância e Santo Amaro) e entre regiões diferentes, mas sem passar pelo centro. Os ônibus devem ser modelos básicos, com motor na frente, e padrons.

– Subsistema Local de Distribuição: Operado por ônibus menores entre os bairros e os terminais, corredores de ônibus e estações do Metrô e da CPTM. Os ônibus devem ser minis, mídis (micrões) e convencionais, dependendo da demanda e condições do viário.

Na prática, o passageiro em diversos casos terá de fazer mais baldeações, mas a prefeitura promete viagens mais rápidas.