Nunes diz que vai negar pedido que eleva para R$ 4,2 bilhões os subsídios ao sistema de ônibus da capital paulista

14/06/2021

Fonte: Diário do Transporte

Prefeito diz que valores de subsídios de 2021 não podem ser superiores a 2020

Segundo prefeito são estudadas diferentes propostas, entre as quais, reduzir a quantidade de ônibus da reserva técnica e eliminar mais rapidamente sobreposições de linhas

ADAMO BAZANI
Colaborou Jessica Marques

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 14 de junho de 2021, durante visita à barreira sanitária no Terminal Rodoviário do Tietê, que não vai conceder ampliação nos subsídios ao sistema de ônibus da capital paulista que faria com que os valores chegassem ao fim de 2021 a patamares na ordem de R$ 4,2 bilhões.

Uma solicitação feita em março de 2021 pela SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema, sugeria uma ampliação em R$ 2,02 bilhões no total previsto para 2021.

O Orçamento para 2021, aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo, contempla R$ R$ 2,25 bilhões.

Nunes admitiu que o valor pode ser maior que os R$ 2,25 milhões, mas que não chegará aos R$ 4,2 bilhões.

“No ano passado, também superou os R$ 3 bilhões. Agora existe uma solicitação da ordem de R$ 4,2 bilhões. Eu já fiz uma reunião essa semana com a equipe da SPTrans, fazendo alguns ajustes. A cidade de São Paulo não comporta pagar R$ 4 bilhões de subsídios e nós não iremos pagar R$ 4 bilhões de subsídios. Quanto será? Pode ser R$ 2,8 bilhões, pode ser R$ 3 bilhões, mas certamente não será maior do que no ano passado.”

O prefeito disse ainda que estão sendo estudadas alternativas para reduzir os custos operacionais, como a diminuição da frota reserva de 8% para 6% da frota total e antecipar as eliminações de sobreposições de linhas.

“Alguns ajustes terão que ser feitos. A reserva técnica de 8% eu pedi para cair para 6%. Existe uma questão com relação à sobreposição das linhas para a gente poder fazer essa correção. Existe uma série de medidas que estão em negociação. É uma negociação dura e firme da Prefeitura de São Paulo em defesa da cidade. A gente entende que os concessionários são parceiros da cidade, mas tem que haver uma compreensão porque a gente não pode sangrar os cofres públicos, porque a gente tem muitas ações para fazer nas outras áreas.”  – comentou.

Nunes ainda garantiiu que o poder público não ficará devendo às empresas de ônibus como ocorreu em gestões passadas.

“O subsídio, só para terem uma ideia, em 2012, era de R$ 960 milhões. Quando o governo que entrou em 2013 terminou seu governo em 2016, terminou em R$ 3 bilhões. Tanto é que no último ano eles não pagaram R$ 300 milhões e ficou para o governo seguinte, que iniciou em 2017.”

Os subsídios são necessários para complementar a diferença entre o arrecadado nas catracas, que soma em torno de R$ 4,6 bilhões, e os custos totais do sistema de ônibus municipais que são de R$ 8,8 bilhões.

Como mostrou o Diário do Transporte, uma fórmula no contrato com as empresas de ônibus faz o poder público assumir os prejuízos das viações quando há queda no número de passageiros por fatores não previstos, como a pandemia de covid-19 que afetou a demanda de pessoas transportadas.

O fator de remuneração das viações é alterado quando há essa variação para haver o equilíbrio e, na prática, as empresas de ônibus não perdem dinheiro.