Ônibus elétrico prometido por Doria para julho ainda não transporta ninguém
26/09/2017
Ônibus elétrico prometido por Doria para julho ainda não transporta ninguém
Compra de 60 unidades está travada. Remuneração de empresa é o principal obstáculo
Fonte: Diário do Transporte
O ônibus elétrico apresentado pelo prefeito João Doria em 14 de julho e prometido para entrar em circulação no dia 31 daquele mesmo mês, ainda não transporta nenhum passageiro.
Além disso, a promessa feita na ocasião de que a cidade teria 60 unidades do modelo não poluente ainda está sem definição.
O modelo de carroceria Caio Millennium com chassis, motores e baterias feitos pela empresa chinesa BYD, instalada em Campinas, tem sido usado em demonstrações em outras companhias de ônibus fora da Capital Paulista e em feiras.
O ônibus está em fase final de autorização pelos órgãos certificadores de veículos e trânsito.
No final de agosto, durante a Transpublico, feira de mobilidade urbana, realizada em São Paulo, o modelo estava exposto e a nova promessa é que logo depois do evento, já sem as placas verdes de testes, o veículo estaria operando com as placas vermelhas, obrigatórias para veículos comerciais.
Mas na última semana, em outra feira, desta vez sobre veículos elétricos, o mesmo ônibus foi exposto ainda com as placas verdes
No mesmo dia que Doria e equipe mostraram o ônibus para a imprensa, foi anunciada a compra de 60 veículos similares para a cidade. Também foi prometida uma estação de energia solar na garagem destes ônibus. Painéis captariam a luz do sol e a estação faria a transformação para energia elétrica que recarregaria as baterias destes ônibus.
Em 29 de julho, menos de 15 dias depois do primeiro anúncio, o prefeito em visita à sede da fabricante BYD em Shenzhen, na China, reafirmou que até o final de 2017 esta frota de 60 veículos elétricos estaria transportando os passageiros da Ambiental Transportes, empresa que liga parte da zona Leste de São Paulo ao centro e que hoje tem entre suas operações, os 200 trólebus da Capital.
Procurada pelo Diário do Transporte, a gerenciadora do sistema de ônibus da capital, SPTrans, não informou a previsão sobre a circulação do ônibus apresentado ainda sem homologação em 14 de julho, mas admitiu que não há por enquanto algo concreto sobre os 60 coletivos não poluentes.
A SPTrans informa que continuam as tratativas para inclusão de 60 ônibus elétricos no sistema municipal de transportes junto à Ambiental. – diz a íntegra da resposta.
Ainda não houve um consenso entre a prefeitura de São Paulo e a empresa de ônibus sobre a remuneração referente à operação do modelo.
Habitualmente, os ônibus elétricos são de 1,5 vez a 2 vezes mais caros que veículos do mesmo padrão a diesel. Além disso, será necessária uma estrutura para recarga de baterias para uma frota de 60 unidades.
Não foi definido ao certo o custo operacional do modelo prometido pelo prefeito
O Diário do Transporte já havia abordado o assunto no mês passado e procurou atualizar o assunto, mas pouca coisa avançou desde então:
Empresas de ônibus dizem que não receberam nenhum retorno concreto do poder público sobre investimentos. SPTrans alega que veículo elétrico apresentado por Doria não foi liberado no País ADAMO BAZANI A questão dos ônibus menos poluentes em São Paulo tem sido marcada mais por discursos do que por ações de fato. Conforme o Diário do Transporte noticiou nesta quinta-feira, a audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo sobre um novo cronograma de substituição da frota de ônibus a diesel por modelos que emitem uma quantidade menor de poluentes foi marcada por polêmicas, informações desencontradas e números conflitantes sobre a poluição gerada pelos atuais veículos do transporte coletivo municipal. Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2017/08/17/entidades-entendem-que-proposta-de-milton-leite-para-onibus-e-manobra-para-nao-se-fazer-nada/ Enquanto toda a discussão ocorre ainda sem nenhuma definição, a compra de 60 ônibus elétricos que não emitem poluentes durante a operação está travada. O Diário do Transporte apurou que nada na prática avançou depois do anúncio feito pelo prefeito João Doria e pelo secretário de mobilidade e transportes, Sergio Avelleda, em 14 de julho, sobre a compra de 60 ônibus elétricos à bateria pela Ambiental Transportes Urbanos e a instalação de uma estação de recarga na garagem com energia elétrica gerada por energia solar. Nem mesmo o único … Continue lendo
O atraso para o início das operações do primeiro (e ainda único) ônibus elétrico com carroceria nacional montado em Campinas para a cidade de São Paulo e as indefinições quanto à compra ocorrem no momento em que a Câmara Municipal discute a alteração de uma lei de 2009 que determina que até 2018 todos os ônibus de São Paulo não dependam mais de diesel. O cronograma estipulado não vai ser cumprido (hoje a frota de ônibus não poluentes é só de 1,4% do total de coletivos municipais). Os vereadores querem criar novas metas.
O secretário municipal de mobilidade e transportes, Sergio Avelleda, disse por várias vezes que a licitação dos serviços de ônibus de São Paulo, que está atrasada há mais de quatro anos, só vai começar a ser realizada com a alteração da lei
ÔNIBUS CHINÊS NA ZONA SUL:
Veículo chinês testado na zona Sul de São Paulo.
Enquanto o ônibus com carroceria nacional não circula, um modelo chinês é testado na cidade.
Pela empresa Tupi, o veículo de três eixos, também da BYD, foi colocado na semana passada para circular na linha 5178/10 (Jardim Miriam / Praça João Mendes).
O ônibus não pertence à companhia, mas a Tupi possui 10 unidades a etanol que poluem menos que os modelos a diesel.