Prefeitura chama bancos para financiar corredores

16/11/2017

Prefeitura chama bancos para financiar corredores
Segundo a Prefeitura, objetivo é encontrar financiamentos nas melhores condições possíveis para o Tesouro Municipal. Este ano ainda não houve inaugurações
 

Fonte: Diário do Transporte
 


 

Na tentativa de viabilizar construção de corredores de ônibus, um dos gargalos do transporte municipal desde a gestão de Fernando Haddad (PT) por conta da falta de repasses do governo federal, o prefeito João Doria (PSDB) apelou para os bancos. Ele chamou as instituições financeiras para financiar as obras.
 

No texto, publicado na edição de sábado do “Diário Oficial”, a Prefeitura informou ter um crédito aprovado no BNDES (banco nacional do desenvolvimento), no valor de R$ 460 milhões, mas explicou buscar “garantir a obtenção das melhores condições disponíveis no mercado”. O objetivo é gastar o menos possível. Como Brasília fechou a torneira para as cidades e estados, a gestão Doria fez remanejamentos de verba para tapar buracos no orçamento. Um deles, em agosto deste ano, tirou R$ 7,8 milhões, previstos para construção e implantação de corredores, e passou para manutenção de obras de artes como viadutos e túneis.
 

O objetivo é usar a grana do financiamento para construção do BRT (Bus Rapid Transit), sistema adotado no Rio Janeiro e Curitiba, por exemplo, que se propõe a oferecer viagens mais rápidas com corredores e ônibus específicos. Uma das características desse sistema é a segregação total dos coletivos dos demais veículos. A gestão tucana o batizou de Rapidão. As instituições financeiras interessadas em oferecer propostas à Prefeitura devem enviar um comunicado até sexta-feira (17) no e-mail (opcred@ prefeitura.sp.gov.br).
 

Se não houver outras propostas, a gestão vai aderir ao financiamento do BNDES. Em nota, o município afirmou buscar diferentes formas de receitas para financiar ações de investimento na cidade. A administração negou que a decisão de recorrer aos bancos tem “qualquer relação com remanejamentos orçamentários pontuais, que são parte do dia a dia da execução orçamentária municipal”.
 

Sobre a construção dos novos corredores, a Prefeitura explicou que “se trata de um conjunto de intervenções de valor relativamente alto, que poderá vir a ser, em parte, financiado por meio da realização de operações de crédito”.
 

Capital tem três obras em andamento
 

Segundo a Prefeitura, a capital tem três obras de corredores de ônibus em andamento. Até agora, a gestão João Doria (PSDB) não entregou nenhum quilômetro.
 

Uma das obras é na Avenida Chucri Zaidan, Zona Sul, que terá 2,5 quilômetros de extensão, e está prevista para ser inaugurada até o fim deste ano.
 

Já as obras dos corredores de ônibus Leste Itaquera, trechos 1 e 2, que ligam avenidas como a Líder, 19 de Janeiro e Itaquera, só tem previsão de término em 2020. Os corredores, que são faixas exclusivas à esquerda, abrangem dois trechos, com 6 km e 8 km de extensão.
 

Os corredores foram alvos de polêmica na gestão atual, já que na primeira versão do plano de metas do prefeito eles nem sequer foram citados de forma direta.
 

Na versão final, Doria prometeu entregar 72 quilômetros, dando prioridade às regiões Leste, Sul e Oeste. Atualmente, a capital tem 129,6 quilômetros.