Sem investimentos não há futuro

01/03/2019

Sem investimentos não há futuro

Não vejo estratégias, nem políticas que fomentem o desenvolvimento sustentável. Somos considerados a “terra dos ônibus”, mas não possuímos programas sustentáveis exemplares

Fonte: Reviata AutoBus

 

Sem investimentos não há futuro

 

Meus muitos quilômetros já percorridos com o tema ônibus me fez escrever estas poucas linhas. Com o interesse pelo assunto, tenho acompanhado pelo mundo inteiro novos desenvolvimentos em se tratando de produtos, materiais utilizados, além de trações e combustíveis alternativos. O avanço proporcionado é o que me surpreende, pois em cada local do cenário global, há uma nova perspectiva quanto a prática de um transporte sustentável. Vejo que nos Estados Unidos ocorre uma verdadeira corrida para apresentar veículos mais modernos e compatíveis com o meio ambiente e que ofereçam maior conforto ao principal agente dessa cadeia, o passageiro. Afinal, quem paga a passagem é ele. Não posso esquecer que há ainda os subsídios governamentais, que proporcionam uma melhor inteiração com o transporte público. Mesmo assim, naquele país a cultura do automóvel é grande, o que me faz pensar que não haveria interesse em procurar novos métodos para que o transporte público, principalmente o de pneus, avance. Pelo contrário há. Lá os governos locais estão preocupadíssimos com o que pode acontecer se não houver alguma alternativa real e otimizada para o setor. Vejo que esforços não faltam.

Também na Europa, o pensamento dominante para o que pode acontecer no futuro próximo em relação ao nosso meio ambiente coloca em primazia toda a sociedade na busca por alternativas e soluções ideais. Fabricantes e montadoras, além de órgãos governamentais cada vez mais exigentes, trabalham juntos para que haja resultados positivos dentro de curtos e médios espaços de tempo.

Na América Latina, há exemplos que buscam transformar o modelo de transporte coletivo feito pelo ônibus com a adoção de tecnologias limpas, que permitem reduzir as emissões poluentes ao ambiente urbano.

E por aqui, o quanto avançamos? Essa é uma pergunta que sempre faço e encontro como resposta a falta de interesse, o momento econômico, a inexistência de investimentos e a ausência de Estado e da sociedade em não lutar para que esse conceito mude. Muitos falam que não há dinheiro para investimentos sociais e tecnológicos. Outros argumentam que o principal foco ainda é o petróleo e seus subprodutos. Não vejo estratégias, nem políticas que fomentem o desenvolvimento sustentável. Somos considerados a “terra dos ônibus”, mas não possuímos programas sustentáveis exemplares para as soluções ecologicamente corretas em termos de combustíveis e trações. Temos um verdadeiro desafio em aproveitar ideias originais e exemplos com múltiplos benefícios. Muito menos encontro bases para investimentos em um transporte eficaz, que tenha uma rede coordenada onde todos os modais se completem. Vejo sim dinheiro escorrendo pelas mãos e pelos “ladrões”* de nossa sociedade, cada dia mais passível ao mal que suporta.

* Deixe me explicar antes que alguém se sinta ofendido e queira me processar. Ladrões - aberturas, canos ou calhas por onde se escoam automaticamente a água de um reservatório.