Trólebus é alternativa para SP reduzir a poluição dos ônibus
16/11/2021
Foto: Danilo Verpa/Folhapress
Eles são herdeiros dos bondes, estão em circulação há mais de 70 anos pelas ruas da capital paulista e, se dependerde planos,ainda vão rodar por muito tempo. Os trólebusfazem parte do projeto de substituição dos coletivos de São Paulo, que vai ter que se adequar à promessa ambiental detro-car 20% da frota por ônibus elétricos até 2024.
Atualmente, São Paulo tem cerca de 200 trólebus que levaram em outubro pouco mais de 1% dos passageiros dos ônibus municipais (70 mil por dia útil).
Para ganhar protagonis-mo, eles devem passar por algumas alterações ou receberem, nos cabos que serpenteiam parte da cidade, a companhia de outros veículos elétricos como alternativa contra a poluição.
A rede aérea que alimenta os trólebus, segundo es pecialistas, é uma vantagem interessante entre as propostas do mercado da mobilidade sustentável. Por meio dela, ônibus elétricos que precisariam de horas para encheras baterias podem fazer recargas enquanto estão circulando.
"E a recarga em movimento. Quando opera como trólebus, também está fazendo a recarga de baterias",afirmaJosé Antônio do Nascimento, vice-presidente da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos).
Hoje, os trólebus já contam com pequenas baterias que permitem deslocamentos curtos e manobras por locais onde não há rede aérea. Nada parecido, porém, com a autonomia de até 250 km dos elétricos convencionais, que precisam de duas a duas horas e meia, em média, dependendo do modelo, para recarga.
De forma geral, as baterias ainda encarecem os veí culos e têm vida útil de cerca de oito anos. Se conectados à rede, esses coletivos podem ter bancos de baterias menores, com custo mais reduzido.
Em São Paulo, a Enel estaria disposta a disponibilizar o veículo, e o operador pagaria ao longo do contrato, em uma das modelagens de negócio, por exemplo.
"Não só os veículos, como também toda a infraestru-tura de recarga, adequação às instalações internas", afirma Carlos Eduardo Cardoso, chefe de Soluções e-city da EnelX Brasil.
0 prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que já participou de ao menos oito reuniões neste ano para tratar do tema.
"É um compromisso da cidade, é algo que eu, como prefeito, quero fazer, acho importante. Temos 65% da emissão de dióxido de carbono proveniente de veículos", afirmou. (Folha)