Um ano bom

20/03/2018

Um ano bom

Fonte: Revista Autobus

 

 

Acabei de acordar. Hoje é 10 de dezembro de 2018 e minhas lembranças para mais um ano que se vai são boas, pois ventos promissores trouxeram nova perspectiva ao segmento de transporte urbano operado por ônibus. Os gestores públicos municipais enfim se conscientizaram, que sem um sistema eficiente de transporte coletivo alicerçado pela modernização do modal ônibus não é possível ter um desenvolvimento sustentável de suas cidades. Com isso, tecnologias, conceitos alternativos de tração, veículos com um configuração avançada e outros detalhes passaram a fazer parte de muitos centros urbanos preocupados com a evolução e o bem estar de seus habitantes.

O que vi no decorrer do ano foi a iniciativa para que as melhorias tivessem sucesso na mobilidade urbana, dando ao ônibus um caráter de respeito e inovação. Os projetos de BRT (Trânsito Rápido de Ônibus) foram fundamentais nesse contexto. Os prefeitos envolvidos com a implantação desse conceito mostraram-se empenhados em investir na qualificação dos sistemas, já que a questão dos custos operacionais fora resolvido com a criação de fundos financeiros utilizados especificamente para suportar toda a demanda do transporte.

A contragosto da história, vi as pessoas que utilizam diariamente os ônibus sendo mais valorizadas por meio da presença de pontos e terminais confortáveis, melhorias na acessibilidade e nas formas de comunicação com a operação. Lentamente, vejo um quadro negativo se alterando para poder proporcionar uma situação inversa do que vimos no ano passado.

Em poucos momentos eu vi a mídia fazer depreciação do segmento, sinal que algo está mudando e que o futuro do ônibus e do transporte urbano corre por caminhos certos.

Também presenciei um Brasil preocupado com as mudanças climáticas, acompanhando o México no estabelecimento da norma Euro VI, agora, no comecinho de 2019, como forma de estimular a presença de veículos comerciais mais limpos, menos impactantes ao meio ambiente. E os ônibus, de todas as marcas, já estão presentes no mercado, incorporados a um selo verde, apesar da tecnologia do motor de combustão interna.

No tocante aos modelos com tração alternativa, o gás natural ou o biogás e a eletromobilidade ganharam espaço no setor, após o debate e a introdução de políticas governamentais de estimulo a uma geração de ônibus com reduzida ou nenhuma emissão poluente. Nossos pulmões agradecem.

E por fim, vejo que a insegurança jurídica dos contratos de serviços está deixando de existir e as maracutaias entre operadores e poderes públicos estão sendo combatidas pela justiça e pela maior participação popular, esta, com fortes cobranças visando a licitude nas relações e o respeito ao principal contemplado da operação, o passageiro.

Após esse sonho, que espero poder se tornar uma realidade, volto às nossas condições de hoje para encarar de fato toda a complexidade vivida pelo segmento de ônibus em nosso País, torcendo para que alguma mudança possa ocorrer em 2018, principalmente em relação ao nosso ponto de vista sobre o que é mobilidade urbana. A esperança é algo que me acompanha.