Bruno Covas diz que oferta de ônibus é 35% maior que a demanda e anuncia suspensão das aulas entre 17 de março e 01º de abril

12/03/2021

Bruno Covas em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 12 de março de 2021

Prefeito diz que serão criados 555 novos leitos. De acordo com inquérito sorológico, ¼ da população paulista foi contaminado e a orientação é que jovens procurem unidades de saúde nos primeiros sintomas

ADAMO BAZANI

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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, em entrevista coletiva no início da tarde desta sexta-feira, 12 de março de 2021, anunciou a suspensão das aulas presenciais nas redes públicas (estado e município) e privada na cidade entre os dias 17 de março e 01º de abril para tentar conter o avanço da covid-19.

Para isso, as férias de julho foram antecipadas. Este período se emendará ao feriado da Páscoa.

O fornecimento de alimento nas escolas continua.

MOBILIDADE:

Em resposta ao questionamento do Diário do Transporte na entrevista coletiva, Bruno Covas disse a frota de ônibus na cidade de São Paulo está, em média, 35% maior que a demanda e ressaltou que o decreto municipal que recomenda o escalonamento dos horários de entrada dos trabalhadores para não superlotar o transporte público está valendo desde abril do ano passado, mas não detalhou se serão tomadas novas medidas para estimular a alternância de horários.

“O decreto municipal que recomenda a mudança de horários continua valendo, continua em vigor. Nós estamos hoje com 88% da frota circulando e 53% da demanda de passageiros, ou seja, há uma diferença grande de 35% entre a quantidade de ônibus circulando na cidade de São Paulo e a quantidade de demanda de passageiros. A gente vai sempre observando esta quantidade para que não haja superlotação nos ônibus municipais” – disse Bruno Covas.

Ouça:

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Como mostrou o Diário do Transporte, nesta quinta-feira, 11 de março de 2021, o governador João Doria anunciou no pacote de medidas de restrição da fase emergencial que vai até 30 de março, a recomendação de que as atividades permitidas de funcionar escalonem a entrada de trabalhadores.

O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo desta sexta-feira (12) e recomenda que na indústria, os trabalhadores entrem das 5h às 7h; no setor de serviços das  7h às 9h e nos comércios, das 9h e 11h.

Mas o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, em entrevista a portais de mobilidade, como o Diário do Transporte, disse em primeira mão na noite desta quinta-feira (11) que não acredita que a medida surta efeito na redução da lotação de ônibus, trens e metrôs de toda a Grande São Paulo se não se tornar uma determinação, em vez de recomendação.

Baldy afirmou que continuará tentando com o comitê estadual de contingência contra a covid-19 e os prefeitos que a recomendação de escalonamento se torne determinação.

“Eu confesso que eu não sou talvez metade do conhecimento e da competência que têm as pessoas que estão lá no planejamento do Metrô e que fazem a pesquisa Origem e Destino por exemplo há décadas. Quem sou eu para discutir com eles o planejamento. Então, quando a gente encomenda a eles um estudo sobre esse ponto e que vem uma resposta dizendo que ele é realmente positivo e que ajuda numa perspectiva de reduzir de 20%, 25% até chegar a 30% a redução de passageiros no fluxo daquele sentido, naquele horário, realmente em um momento de combate à covid-19 ele faz todo o sentido. Por isso que fica aqui sim minha posição de que eu continuo posicionado tecnicamente de que o decreto de escalonamento tem que ser sim uma determinação do poder público, seja estadual, como tentei pelo Comitê de Contingência de covid-19 ou seja pelas prefeituras. Eu continuarei dialogando porque realmente funcionou em outras cidades do tamanho da nossa envergadura, outras menores, muito menores aqui no Brasil, como Fortaleza, Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro, tem sido realizado e sem dúvida alguma que mesmo que ainda continue diminuindo a circulação e o movimento nas nossas plataformas, sobretudo no metrô e na CPTM, eu creio que ainda continua sendo importante, estratégico e absolutamente colaborativo e contributivo no combate à pandemia” – disse

Relembre e ouça neste link:

https://diariodotransporte.com.br/2021/03/11/audio-baldy-acredita-que-so-recomendacao-de-escalonamento-de-horarios-nao-vai-reduzir-lotacao-do-transporte-publico-e-defende-determinacao/

555 NOVOS LEITOS:

A prefeitura também informou que serão criados na cidade de São Paulo 555 novos leitos para pacientes com covid-19, entre UTI e enfermaria.

Já na próxima segunda-feira, 15 de março de 2021, devem ser abertos 130 leitos de UTI e 185 leitos de enfermaria ao longo da próxima semana.

Haverá ainda mais 240 leitos nos Hospitais Dia.

A taxa de ocupação das UTIs na rede pública da cidade de São Paulo é de 83% e das enfermarias é de 76%.

25% DA POPULAÇÃO COM CORONAVÍRUS E PREOCUPAÇÃO COM OS JOVENS:

O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, apresentou na coletiva o resultado do quarto inquérito sorológico da cidade de São Paulo.

Aparecido disse que com uma nova forma de teste (TR – Teste Rápido + Sorologia ELISA), a prevalência da covid-19 entre a população paulistana é de 25%, ou seja, ¼ das pessoas tiveram já contato com o vírus.  Com a margem de tolerância, o número pode subir para 28%. A população analisada é de 18 anos ou mais.

Os jovens são os mais infectados.

De todas as pessoas que foram contaminadas, 29,4% têm entre 18 e 34 anos; 27% de 50 a 64 anos; 21,4% têm 65 anos ou mais, e, por último, as pessoas com idades entre 35 e 49 anos correspondem a 21,3% dos afetados.

Edson Aparecido disse que há uma preocupação com os públicos adulto e adulto-jovem pelo fato de estarem sendo mais contaminados e demorarem mais para procurar ajuda.

“O jovem demora para ir ao médico e quando chega ao hospital, já está com estágio avançado. Nossa orientação é para que os jovens procurem as unidades hospitalares o quanto antes” – disse Edson Aparecido.