CNPE aprova criação do Programa Combustível do Futuro para ônibus, carros e caminhões poluírem menos

22/04/2021

Fonte: Diário do Transporte

Ônibus de fretamento movido a GNV, no Sul do País

Para veículos pesados, um dos objetivos é a criação de corredores verdes para o abastecimento de modelos movidos a biometano, gás natural ou GNL

ADAMO BAZANI

O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) vinculado ao MME (Ministério de Minas e Energia) informou que aprovou nesta terça-feira, 20 de abril de 2021, a resolução que institui o Programa Combustível do Futuro.

O princípio do programa é o uso de fontes alternativas de energia e o fortalecimento do desenvolvimento tecnológico nacional.

A resolução permite que haja uma complementariedade entre políticas públicas e normas relacionadas ao setor automotivo e de combustíveis, como o RenovaBio, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, o PROCONVE, o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, o Programa Rota 2030 e o CONPET.

Outra diretriz é a avaliação da eficiência energético-ambiental por meio da análise do ciclo de vida completo do combustível, nos diversos modos de transporte.

A resolução ainda criou o Comitê Técnico do Combustível do Futuro (CT-CF), que será composto por quinze órgãos e coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

“Caberá a esse comitê propor metodologia de avaliação do ciclo de vida completo dos combustíveis; recomendar medidas para aproximação dos combustíveis de referência aos combustíveis efetivamente utilizados pelo consumidor, bem como sugerir ações para fornecer ao cidadão informações adequadas para a escolha consciente do veículo em relação aos aspectos de eficiência energética e ambiental.” – explica nota do MME.

Para veículos pesados, do chamado ciclo diesel, um dos objetivos é a criação de corredores verdes para o abastecimento de modelos movidos a biometano, gás natural ou GNL

“Também serão trabalhados os combustíveis sustentáveis e de baixo carbono, como o diesel verde, o biodiesel e os combustíveis sintéticos.” – prossegue o comunicado.

Já para o ciclo otto, serão abordados combustíveis com alta octanagem e baixa emissão de carbono; a promoção da utilização em larga escala do etanol de segunda geração; e o incentivo à célula combustível a etanol.

O Programa deve ainda propor medidas para desenvolver leis e normas hoje inexistentes para a tecnologia de captura e armazenagem de gás carbônico, seja na produção de biocombustíveis ou na de hidrogênio azul.

A respeito da matriz energética da aviação, o Programa quer criar condições necessárias para introdução do bioquerosene  e para uma política integrada desse biocombustível com o diesel e a nafta verde. O setor marítimo também está incluído no programa, buscando-se a inserção de combustíveis sustentáveis nesse modo de transporte.

Os trabalhos ainda devem incentivar operadores do setor de óleo e gás a investir recursos de pesquisa e desenvolvimento em temas relacionados ao Programa Combustível do Futuro.