Frota de ônibus de São Paulo terá reforço a partir desta quarta (16) e sobe para 87,05% em média

16/09/2020

Fonte: Diário do Transporte

 


Segundo SPTrans, serão 55 coletivos a mais. Decisão determinou 100%, mas prefeitura recorreu.  Demanda foi de 56% na segunda-feira (14)

ADAMO BAZANI

A partir desta quarta-feira, 16 de setembro de 2020, a frota de ônibus municipais da capital paulista terá um reforço de 55 coletivos, passando dos atuais 11.100 veículos para 11.155.

A informação foi confirmada ao Diário do Transporte na tarde desta terça-feira, 16, pela SPTrans – São Paulo Transporte, responsável pelo gerenciamento do sistema de ônibus.

Com isso, o percentual médio da frota de ônibus da cidade tem uma pequena elevação passando dos atuais 86,62% para 87,05% de antes da pandemia de Covid-19.

Este índice de 87,05% é uma média de toda a cidade.

No subsistema local de distribuição (formado por ex-cooperativas que ligam bairros mais afastados a terminais locais), a quantidade de ônibus passa de 92% e, em algumas linhas nos horários de pico, ultrapassa 95%.

De acordo com os indicadores da SPTrans, a frota contratada da cidade (que inclui os ônibus operacionais e reservas) é de aproximadamente 14 mil veículos.

Já a demanda geral do sistema, de acordo com o mais recente dado consolidado referente à segunda-feira, 14 de setembro de 2020, foi de 1,85 milhão de pessoas, o que corresponde a aproximadamente 56% da média habitual de 3,3 milhões de passageiros em dias úteis antes da pandemia de Covid-19.

DECISÃO SOBRE 100% DA FROTA AINDA NÃO FOI CUMPRIDA:

Apesar do crescimento gradativo da frota de ônibus, a prefeitura de São Paulo ainda não cumpriu uma decisão judicial que determina 100% ou ao menos 92,31% em circulação.

No dia 16 de julho de 2020, o desembargador-relator Fernão Borba Franco, da 7ª Câmara de Direito Público, do TJSP – Tribunal de Justiça de São Paulo, atendeu ação do Sindimotoristas, sindicato que representa os motoristas e demais funcionários dos transportes, e determinou estes percentuais, como informou em primeira mão, o Diário do Transporte.

A entidade trabalhista apresentou na ação estudos sobre o risco de contágio pelo novo coronavírus a cobradores, motoristas e passageiros com ônibus lotados.

Na ocasião, em entrevista ao Diário do Transporte, o presidente do Sindmotoristas, Valdevan de Jesus (Noventa),disse que mesmo com os afastamentos de motoristas e demais funcionários com mais de 60 anos ou com comorbidades, seria possível atender até os 100% de frota ou ao menos 92,31%, isso porque, segundo ele, muitos trabalhadores fazem horas-extras. Com os ajustes das escalas, de acordo com Noventa, todos os ônibus poderiam circular normalmente.

Entretanto, a prefeitura recorre e pediu esclarecimentos da Justiça sobre a decisão.

Em nota ao Diário do Transporte, a gestão municipal, por meio da SPTrans, informou que “desde o início da pandemia, a frota de ônibus disponível nas ruas foi mantida sempre muito superior à demanda de passageiros e vem sendo ajustada quando constatada a necessidade. Somente entre junho e setembro, foram realizados 14 ajustes na frota e nas linhas da cidade, sempre considerando a movimentação da demanda.”