O protagonismo do transporte público em 2023

09/01/2023

Fonte: Jornal do Commercio 

O Marco Legal criaria regras para mitigar o impacto econômico e financeiro no setor de transporte público, buscando, principalmente, novas formas de financiamento através da implementação de modelos de negócio que permitam uma maior participação do setor privado e dos subsídios públicos, sejam eles municipal, estadual ou federal.

A chegada de 2023 traz muita expectativa para o setor de transporte público brasileiro. Não só pelo início das novas gestões federal e estaduais, mas pelo protagonismo que o setor ganhou no País com a pandemia de covid-19, quando os ônibus, metrôs e trens garantiram o ir e vir dos servidores da saúde, por exemplo.

Além disso, pelo avanço que a discussão de um novo modelo de financiamento social para o transporte público ganhou desde então.

Discussão potencializada pela perda histórica de quase 11 milhões de passageiros durante a pandemia, o equivalente a 32,6% da demanda registrada em 2019, antes da crise sanitária. E pelo aumento de 200% do óleo diesel no mesmo período, que testou a capacidade de gestão e renovação de quem opera o transporte público coletivo no País.

A fuga dos passageiros, seja porque não puderam pagar o valor das tarifas ou trocaram o transporte público por um modal privado ou outro modo de deslocamento, como a bicicleta e a caminhada, representaram uma perda acumulada de R$ 27,8 bilhões entre o início da pandemia e o mês de abril deste ano.

Isso é o equivalente a uma perda mensal de R$ 1 bilhão. Os dados fazem parte do Anuário produzido pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Em 2019, foram realizadas 33,2 milhões de viagens por passageiros pagantes ao dia no País. Caiu para 22,4 milhões em 2021.

Diante desse cenário preocupante, a expectativa é grande em relação à elaboração de um novo Marco Legal do Transporte Público, que está sendo construído pelo governo federal em parceria com diversas entidades da sociedade civil organizada, entre elas a NTU.

O Marco Legal criaria regras para mitigar o impacto econômico e financeiro no setor de transporte público, buscando, principalmente, novas formas de financiamento através da implementação de modelos de negócio que permitam uma maior participação do setor privado e dos subsídios públicos, sejam eles municipal, estadual ou federal.

Propõe, ainda, a diversificação das fontes de receita, o que é fundamental para evitar o colapso do setor, já que o modelo de remuneração atual é insuficiente para custear a operação e os investimentos em infraestrutura e renovação de frota. Todos sabem disso. O aprimoramento dos contratos de concessão, que também faz parte do novo Marco Legal do Transporte Público, é outro aspecto importante.

Por tudo isso, as expectativas para o transporte público são muitas com o novo ano de 2023.

E a MobiBrasil, empresa que comemorou 40 anos de história em 2022, segue acreditando nelas.

De 1982, quando foi fundada, em São Lourenço da Mata, cidade da Região Metropolitana do Recife, até agora, a MobiBrasil amadureceu e se expandiu. Da origem genuinamente pernambucana, chegou à operação na capital paulista, depois em Diadema e Sorocaba, transportando mais de um milhão de pessoas diariamente, com uma frota superior a mil ônibus.

Em Sorocaba, inclusive, assumiu a primeira Parceria Público Privada (PPP) completa de BRT (Bus Rapid Transit) do País. E, em todos esses anos, seguiu e segue priorizando o seu lema: uma empresa movida por pessoas, que transporta vidas.

Niege Chaves é VP da MobiBrasilA

A fuga dos passageiros representou uma perda acumulada de R$ 27,8 bilhões entre o início da pandemia e o mês de abril deste ano.