Frota de ônibus elétricos na cidade de São Paulo sobe de 117 para 149, mas só atinge 5,7% da meta da prefeitura para o fim deste ano

24/04/2024

Fonte: Diário do Transporte

Região que recebeu mais recentemente estes veículos foi a zona Leste, que ontem passou a contar com mais três ônibus; Falta de infraestrutura nas garagens é o principal problema

Passados quase cinco meses de 2024, a cidade de São Paulo só atingiu apenas 5,7% da meta de frota de ônibus elétricos com bateria neste ano, que é de 2,6 mil veículos.

O dado foi divulgado pela SPTrans (São Paulo Transporte) nesta terça-feira, 23 de abril de 2024, quando informou que a frota que era de 117 veículos, ou seja, 4,5% da meta, para 149, que representam os 5,7% da meta. O anúncio para 2023 era de 600 ônibus elétricos.

A linha mais recente que recebeu os elétricos foi a 4018-10 (Metalúrgicos/Terminal São Mateus), na zona Leste, que passou a contar com três unidades de 15 metros cada e capacidade para 101 passageiros cada ônibus.

O principal entrave para o avanço da meta de ônibus elétricos é a falta de infraestrutura nas garagens e nas redes de distribuição. Não há ainda um consenso entre empresas de ônibus, ENEL-X e prefeitura sobre quem vai bancar as obras e como elas devem ser feitas.

O prefeito Ricardo Nunes disse que a ENEL cobraria R$ 1,6 bilhão para esta infraestrutura, mas a empresa disse que esse valor é a somatória de todas as opções que podem ser escolhidas pelas companhias de ônibus.

A prefeitura obteve condições de financiamentos em bancos nacionais e internacionais que somam R$ 5,75 bilhões para a compra dos veículos. Parece muito, mas este valor é suficiente para comprar 1,8 mil ônibus, levando em conta que cada modelo destes veículos custa mais de R$ 3 milhões em média.

Estudos da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostram que como a maior parte da rede de distribuição da cidade é de baixa tensão, se 50 ônibus elétricos carregarem simultaneamente, ainda que na madrugada, pode cair a energia de casas, comércios e hospitais.

Estes estudos apontam a necessidade de instalação de subestações de energia nos bairros e garagens. E é justamente este ponto que não avança.

Sem poder receber uma quantidade maior de ônibus elétricos e proibidas de comprar ônibus a diesel desde 17 de outubro de 2022, as empresas conseguiram da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema, a possibilidade de estender por mais dois anos a idade máxima dos ônibus a diesel em circulação, podendo chegar a 12 anos dependendo do modelo (básicos, padrons e articulados) desde que as vistorias sejam mais frequentes e que comprovem a compra dos elétricos. Ou seja, a frota de ônibus da cidade está ficando mais velha.

Os ônibus que passaram a circular pela linha 4018-10 (Metalúrgicos/Terminal São Mateus) são da empresa Express Transportes Urbanos e possuem tecnologia Eletra, chassis Scania 15 metros de três eixos, carroceria Caio eMillenium e baterias e motores WEG, sendo produzidos integralmente no Brasil.

DE ONDE VEM O DINHEIRO PARA ÔNIBUS ELÉTRICOS EM SÃO PAULO:

Na prática, as empresas de ônibus não vão desembolsar nada para a eletrificação da frota na cidade de São Paulo nesta primeira fase.

Isso porque, a meta de 2,6 mil ônibus elétricos até o fim de 2024 deve custar em torno de R$ 8 bilhões.

A prefeitura obteve R$ 5,75 bilhões em financiamentos de diversas fontes, vai injetar R$ 165 milhões dos cofres públicos como contrapartida e os cerca de R$ 2 bilhões restantes seriam arcados pelas empresas, mas elas serão subsidiadas.

A SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema de transportes na cidade de São Paulo, em 13 de setembro de 2023, informou ao Diário do Transporte que as empresas pelos ônibus elétricos vão contar com subsídios 15% maiores . A informação foi confirmada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, em entrega das 50 primeiras unidade de ônibus elétricos no dia 18 de setembro de 2023 

Assim, os recursos serão divididos em:

FINANCIAMENTOS: R$ 5,75 bilhões em financiamentos sendo

- R$ 2,5 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)

- R$ 2,5 bilhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do Banco Mundial

- R$ 250 milhões do BB (Banco do Brasil)

- R$ 500 milhões da CEF (Caixa Econômica Federal)

CONTRAPARTIDA da PREFEITURA

- R$ 165 milhões:

EMPRESAS DE ÔNIBUS COM SUBSÍDIOS MAIORES:

- R$ 2 bilhões, mas as viações vão receber subsídios maiores pelos ônibus elétricos.

A SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o sistema de transportes na cidade de São Paulo, em 13 de setembro de 2023, informou ao Diário do Transporte que a  s empresas pelos ônibus elétricos vão contar com subsídios 15% maiores ( https://diariodotransporte.com.br/2023/09/13/exclusivo-remuneracao-as-viacoes-por-onibus-eletricos-sera-em-media-15-maior-que-para-onibus-a-diesel-em-sao-paulo-diz-sptrans/ ) A informação foi confirmada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, em entrega das 50 primeiras unidade de ônibus elétricos no dia 18 de setembro de 2023 ( https://diariodotransporte.com.br/2023/09/19/ouca-subsidios-vao-aumentar-com-onibus-eletricos-e-nunes-confirma-que-quer-fim-gradativo-de-trolebus/ )

ADAMO BAZANI

Colaborou Arthur Ferrari