OUÇA: Prefeitura de São Paulo e ENEL vão tentar acordo até o dia 15 para eletrificação de ônibus

11/03/2024

Fonte: Diário do Transporte

Distribuidora de energia disse que não é correta informação de que cobraria R$ 1,6 bilhão para implantar infraestrutura nas garagens e na rede para estes veículos, conforme falou o prefeito

OUÇA:

Após a série de desencontros sobre os ônibus elétricos em São Paulo, com o prefeito Ricardo Nunes e ENEL se contestando a respeito do valor que será cobrado para implantar a infraestrutura de carregamento das baterias destes veículos, haverá uma tentativa de acordo entre as partes.

Em agenda pública nesta sexta-feira, 08 de março de 2024, o prefeito voltou a criticar a ENEL, afirmou que a empresa pode estar jogando os valores dessa infraestrutura para o alto porque não teria condições de entregar as adequações, mas disse que a SPTrans (São Paulo Transporte) vai tentar um acordo até o dia 15 de março antes de a prefeitura mover uma ação judicial contra a distribuidora.

A meta anunciada pela prefeitura em 2021 era de que 2,6 mil ônibus elétricos estariam em operação até dezembro de 2024. Mas até agora, em março de 2024, são apenas 84 coletivos deste tipo e o anúncio de 600 veículos em 2023 não se cumpriu. A eletrificação da frota de ônibus não avança pela falta de infraestrutura nas garagens e redes de distribuição, apesar de a prefeitura já ter aberto caminho para financiamentos que somam R$ 5,75 bilhões para a compra dos ônibus. Enquanto os elétricos não avançam, desde 17 de outubro de 2022, as empresas não podem mais comprar ônibus a diesel e a frota está envelhecendo.

Ainda estão chegando às garagens ônibus a diesel zero quilômetro, inclusive da tecnologia Euro 6, que é de janeiro de 2023, posterior, portanto, à data de proibição. Mas a SPTrans diz que estes veículos são encomendas anteriores.

Nunes acusou que a postura da ENEL poderá prejudicar a cidade.

"Essa questão dos ônibus o que acontece. Eles agora apresentaram uma conta de R$ 1,6 bilhão para fazer a infraestrutura para o carregamento das baterias. Então o que eu acho, (.) tenho a impressão de que eles não têm condições de atender, não têm compromisso com a cidade para o atendimento, e jogam um preço exorbitante para poder justificar seu não atendimento. Sem querer ser leviano. É uma impressão, não estou fazendo uma afirmação. Estou colocando como um sentimento que tenho. A gente vai tentar levar esse tema até o dia 15 de março, ver se existe alguma possibilidade de acordo e, se não houver, vamos ter que partir para o judiciário, por eles estarem colocando para a população um tema que vai acabar gerando prejuízo para a cidade", disse Nunes.

Como mostrou o Diário do Transporte , a ENEL contestou de forma oficial uma declaração do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que disse que a distribuidora apresentou orçamento de R$ 1,6 bilhão para implantar a infraestrutura necessária para o carregamento das baterias e operação destes veículos.

Segundo a empresa, o valor de R$ 1,6 bilhão não é absoluto e nem se refere a um orçamento final para implantação das condições para estes ônibus, mas é uma soma de todas as alternativas que ainda estão sendo escolhidas pelas empresas de transportes.

"Cabe destacar que o valor mencionado de R$ 1,6 bilhão não está correto, pois soma os valores de todas as alternativas até aqui analisadas e não apenas aquelas efetivamente escolhidas pelo Operadores de ônibus (o que ainda está pendente de definição)". - diz trecho da resposta da ENEL ao Diário do Transporte

A empresa fez questão de grifar esta parte na reposta que ainda explica que o processo de eletrificação de frotas de ônibus requer a criação de dois tipos de infraestrutura: nas garagens e fora das garagens na rede de distribuição.

Como também noticiou o Diário do Transporte , nesta quarta-feira, 06 de março de 2024, Nunes disse que estuda processar a ENEL por causa do valor de R$ 1,6 bilhão. A demora para deslanchar o processo também deve estar na ação judicial, se não houver acordo.

ADAMO BAZANI

Colaborou Vinícius de Oliveira